segunda-feira, 23 de julho de 2012

A natureza é decididamente imprevisível, dizem físicos


O experimento idealizado pelo Dr. Tittel envolveu medições sobre pares entrelaçados de fótons, usando um aparato que permite que cada fóton possa tomar apenas um de dois caminhos possíveis.[Imagem: UCalgary]
Natureza imprevisível
Em um artigo que promete desmerecer os palpites de todos os futurólogos e balançar os fundamentos de quase todas as previsões, pesquisadores da mecânica quântica afirmam que a natureza é decididamente imprevisível.
Muitas das previsões que fazemos no dia-a-dia são vagas, e, na maioria das vezes, mostram-se incorretas. Isto porque temos informações incompletas, por exemplo, quando tentamos prever o tempo.
Na mecânica quântica a coisa é pior porque, mesmo se toda a informação estiver disponível, os resultados de determinados experimentos geralmente não podem ser previstos perfeitamente de antemão.
Essa incapacidade de prever com precisão os resultados de experimentos na física quântica tem sido objeto de um longo debate, datando das discussões entre Einstein e seus colegas.
Assim, embora pareça uma ferramenta inadequada para prever resultados, os pesquisadores agora afirmam que a teoria quântica está perto do ideal em termos de seu poder preditivo.
Deus joga dados justos
"Em nosso experimento, mostramos que qualquer teoria na qual houver significativamente menos aleatoriedade [do que na mecânica quântica] está destinada ao fracasso: a teoria quântica fornece essencialmente o limite final na previsibilidade do Universo," garante o Dr. Wolfgang Tittel, da Universidade de Calgary, no Canadá.
O Dr. Renato Renner, professor na ETH em Zurique, coautor do estudo, acrescenta: "Em outras palavras, não só Deus joga dados, mas seus dados são limpos."
A referência lembra Albert Einstein, que disse em uma carta a seu colega Max Born que não acreditava que Deus jogasse dados, significando que ele, Einstein, acreditava em leis muito precisas e definidas da natureza - Einstein não tinha muita simpatia pela mecânica quântica.
O trabalho de Tittel e seus colegas contesta essa pretensa precisão, dando razão ao filósofo David Hume, que afirmava que as chamadas "leis científicas" são meras probabilidades, e que nada impede que eventos futuros venham contestar eventos observados antes.
Aleatoriedade e incerteza
A aleatoriedade é uma das principais características da teoria quântica, geralmente expressa pelo principio da Incerteza de Heisenberg.
Esse comportamento estranho tornou-se amplamente conhecido mesmo fora da comunidade científica, graças a experimentos como o gato de Schodinger, partículas que percorrem dois caminhos simultâneamente, além de todos os trabalhos na área da computação quântica.
Mais recentemente, cientistas propuseram que mesmo a função de onda, uma construção matemática que descreve as partículas, é uma entidade física real.
"Seu apelo é a sua natureza fundamental e sua ampla gama de implicações: conhecer a configuração precisa do universo no Big Bang não seria suficiente para prever a sua evolução completa, em contraste, por exemplo, com a teoria clássica," explica Tittel. [Fonte: Inovação Tecnológica]
Bibliografia:

Experimental Bound on the Maximum Predictive Power of Physical Theories
Terence E. Stuart, Joshua A. Slater, Roger Colbeck, Renato Renner, Wolfgang Tittel
Physical Review Letters
Vol.: 109, 020402
DOI: 10.1103/PhysRevLett.109.020402

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Bóson de Higgs me custou 100 dólares", diz Hawking

O físico britânico popstar Stephen Hawking estava torcendo para que o bóson de Higgs, partícula que ajudaria a explicar como outras recebem massa, não fosse encontradoEm setembro de 2008, apostou 100 dólares com outro físico — Gordon Kane, da Universidade de Michigan, nos EUA — dizendo que o Higgs não seria encontrado. Hawkings, ao que tudo indica, perdeu.


Cientistas do LHC, o maior colisor de partículas do mundo, que fica na fronteira entre a França e a Suíça, anunciaram a descoberta de uma nova partícula fundamental da matéria que tem todo o jeito de ser o procuradíssimo bóson de Higgs. O próprio Peter Higgs, físico britânico que propôs a partícula na década de 1960, presente durante o anúncio, comemorou. "Acho que o encontramos", disse.


"É um resultado importante e deveria ser premiado com o Nobel", disse Hawking em uma entrevista à rede britânica BBC. "Contudo, não deixa de ser uma pena porque os grandes avanços na física vieram de experimentos que deram resultados que não esperávamos", continuou o físico. "Por causa disso, apostei com Gordon Kane que a próxima partícula não seria encontrada. Parece que acabei de perder 100 dólares."



Saiba mais

BÓSON DE HIGGS
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica prevista há quase 50 anos. Após décadas de procura, os físicos ainda não conseguiram nenhuma prova de que ela exista. O Higgs é importante porque a existência dele provaria que existe um campo invisível que permeia o universo. Sem o campo, ou algo parecido, nada do que conhecemos existiria. Os cientistas não esperam detectar o campo -- em vez disso, eles esperam encontrar uma pequena deformação nele, chamada bóson de Higgs. [Fonte: Veja]





segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cientistas encontram provas de que a ‘partícula de Deus’ existe


CERN
Imagem mostra candidato a bóson de Higgs contendo dois fótons de alta energia (representados por torres em vermelho). As linhas amarelas são as trajetórias de outra colisão

Físicos do Laboratório Nacional Acelerador Fermi, vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira (2/7/2012) que encontraram a mais forte evidência até agora da existência de um corpo subatômico conhecido como "partícula de Deus", ou bóson de Higgs.
A evidência surgiu com subprodutos da colisão de partículas no acelerador chamado de Tevatron, disseram os cientistas. A pista, porém, ainda precisa de mais evidências que a comprovem.
Cientistas que trabalham no maior acelerador de partículas do mundo, no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, o CERN, na Suíça, planejam anunciar nesta quarta (4) que eles conseguiram encontra provas suficientes de que a chamada ‘partícula de Deus’ existe de fato.
Após décadas de pesquisa e bilhões de dólares investidos, pesquisadores do CERN, ainda não estão prontos para dizer que descobriram a partícula. No entanto, especialistas familiarizados com a pesquisa do Cern dizem que os dados obtidos vão mostrar vestígios do princípio conhecido como bóson de Higgs, provando que ele existe, mas não permitindo afirmar que foi vislumbrado.
Cientistas sêniores do Cern afirmam que as duas equipes que planejam apresentar os resultados do trabalho nesta quarta-feira (4) estão tão fechados que só é impossível saber de alguma coisa sobre a descoberta.
“Eu concordo que qualquer observador de fora diria que ‘isto parece como uma descoberta’”, disse à AP o físico teórico John Ellis, professor da King's College London, que tem trabalha no Cern desde 1070. “Nós descobrimos alguma coisa que é consistente para ser o bóson de Higgs”.

A partícula de Higgs recebeu este nome após o físico Peter Higgs, que, entre outros físicos na década de 1960, ajudou a desenvolver o modelo teórico que explica por que algumas partículas têm massa e outros não, uma etapa importante para entender a origem da massa. O modelo prevê a existência de uma nova partícula. Para físicos de partículas, encontrar o bóson de Higgs seria essencial para confirmar o modelo usado para explicar o que dá massa a matéria e, consequentemente, como o universo foi formado.


Equipes em busca do bóson de Higgs 
Apenas grandes colisores de partículas como o Tevatron do Fermilab - que teve as atividades encerradas em setembro de 2011 – e o grande colisor de hádron, do Cern, têm a chance de produzir a partícula de Higgs. Cada uma das duas equipes conhecidas como ATLAS e CMS envolve milhares de pessoas que trabalham de forma independente para garantir a precisão.

Rob Roser, que lidera as pesquisas sobre o bóson de Higgs no Fermilab, em Chicago, afirmou que os físicos de partículas têm um padrão muito alto para o que é preciso e para o que é considerado uma descoberta.
Roser compara a os resultados que os cientistas vão anunciar na quarta à descoberta de marcas fossilizadas de um dinossauro. “Você vê as pegadas e as sombras do objeto, mas não o vê de fato”, disse à AP.
Cientistas com acesso para os novos dados do CERN dizem que eles mostram um alto grau de certeza de que o bóson de Higgs já pode ter sido vislumbrado e que, oficialmente, combinando os resultados separados de ATLAS e CMS, pode-se argumentar que uma descoberta está muito próxima.(Com informações da AP e Reuters) [Fonte: IG]

segunda-feira, 19 de março de 2012

Universidade israelense atualiza site 'Arquivos de Einstein'


A Universidade Hebraica de Jerusalém lançou nesta segunda-feira uma versão atualizada de seu site "Arquivos de Einstein", dando acesso a mais de 80 mil documentos relacionados ao cientista pioneiro.
Um dos fundadores da Universidade Hebraica, Albert Einstein legou todos os seus escritos e sua herança intelectual a esta instituição.
O novo site vai disponibilizar ao público o acesso a 40 mil documentos com base em artigos pessoais de Einstein e mais de 30 mil itens adicionais do físico ou relacionados a ele desde 1980, destacou a universidade.
Entre os novos documentos disponibilizados no site estão uma carta de 1930 que Einstein escreveu ao editor do jornal Falastin sobre o conflito árabe-israelense, um cartão postal para a sua mãe, doente, e uma carta de uma jovem amante.
O arquivo pode ser acessado no link http://alberteinstein.info

sábado, 17 de março de 2012

Experimento confirma que neutrinos não viajam mais rápido do que a luz

Genebra, 16 mar 2012 (EFE).- O experimento Icarus, do laboratório italiano de Gran Sasso, confirmou que os neutrinos, um tipo de partículas subatômicas, não são mais velozes do que a luz, anunciou nesta sexta-feira o Centro Europeu de Física de Partículas (CERN).
Estes resultados desmentem as conclusões preliminares do experimento Opera, do mesmo laboratório, que detectou neutrinos que supostamente viajavam 20 nanosegundos mais rápido do que a luz, algo que contradizia a Teoria da Relatividade de Einstein, base da física moderna.
Nesta ocasião, o laboratório de Gran Sasso registrou medidas de neutrinos 'que coincidem com a velocidade da luz', indicou o CERN, que colaborou com o experimento.
'Isto indica que os neutrinos não excedem a velocidade da luz em sua viagem entre os dois laboratórios', o de Gran Sasso e o do CERN, próximo a Genebra, situados a 730 quilômetros de distância, detalhou o comunicado.
O diretor da pesquisa do CERN, Sergio Bertolucci, declarou que estes novos dados reforçam a ideia de que os resultados anteriores do experimento Opera apresentaram um 'erro na medição'.
'Os experimentos Borexino, Icarus, LVD e Opera, do laboratório de Gran Sasso, continuarão efetuando novas medições para chegar ao veredicto final', acrescentou Bertolucci.
Além disso, o diretor comemorou o fato de que, seja qual for o resultado, o experimento Opera 'se comportou com perfeita integridade científica ao abrir suas medições a um exame amplo e ao permitir que se realizem medições independentes'.
'O experimento Icarus apresentou uma verificação cruzada do resultado irregular do Opera no ano passado', disse por sua vez o porta-voz do Icarus e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1984, Carlo Rubbia.
Esse experimento tem um dispositivo de medida de tempo independente do Opera e segundo as medições informadas nesta sexta, os neutrinos chegam a um tempo 'que está em consonância com a velocidade da luz'.
Os responsáveis do experimento Opera já haviam anunciado em fevereiro que os resultados de neutrinos mais rápidos do que a luz poderiam se dever a uma série de problemas técnicos nos aparelhos de medida.
Uma conexão ruim de um cabo de fibra óptica e a incorreta sincronização entre dois cronômetros explicariam esses resultados, que causaram surpresa na comunidade científica. EFE [Fonte: Veja.com]