quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Começam pesquisas em antimatéria que podem desvendar origem do Universo


O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira que deu início ao ELENA, projeto que prevê a produção de antiprótons a partir do ano de 2016, o que ajudará no estudo da antimatéria. Este projeto, aprovado no mês passado, será realizado por cientistas da Alemanha, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido e Suécia, sob a coordenação do CERN.
O diretor do projeto, Stéphan Maury, explicou em comunicado que o ELENA "é uma instalação dirigida a produzir antiprótons com os menores níveis de energia já alcançados".
O anel desacelerador do ELENA ficará no mesmo local que abriga o Desacelerador Antiprótons (AD). O mecanismo do novo projeto permite que os prótons com carga negativa alcancem um quinto da energia gerado pelo AD. Isto permitirá uma melhora na produção dos antiprótons de 0,01% a 10%.
Desde que foram descobertos, em 1955, os antiprótons se tornaram uma grande ferramenta de pesquisa e foram importantes na descoberta, das partículas W e Z, responsáveis pelas interações nucleares fracas, uma das quatro fundamentais na natureza. Além disso, no CERN também foram criados os primeiros átomos de anti-hidrogênio.
Walter Oelert, pesquisador pioneiro no estudo da antimatéria no CERN, disse que o ELENA é um grande passo no estudo dessa disciplina, que entre outras coisas, pode esclarecer o processo de criação do Universo. O desenvolvimento desses experimentos é de extrema importância e permite inclusive estudos sobre o tratamento do câncer. A construção do ELENA está prevista para começar em 2013.[Fonte: Terra]

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Partícula "mais veloz que a luz" pode ser revolução na física e na teoria de Albert Einstein

Os físicos da equipe que mediram partículas subatômicas que pareciam viajar a uma velocidade maior que a luz disseram nesta sexta-feira estarem tão surpresos e céticos como seus críticos por causa dos resultados, que parecem violar as leis da natureza tal como estabelece a ciência. Centenas de cientistas se concentraram no auditório de um dos laboratórios mais avançados na fronteira entre a França e a Suíça, para saber como o neutrino superou uma velocidade que acreditavam ser insuperável, quase 300 mil quilômetros por segundo, e que teria abalado a teoria de Albert Einstein.

"Para nossa grande surpresa, achamos uma anomalia", disse Antonio Ereditato, cientista que participou da experiência e falou em nome da equipe. Segundo a teoria especial da relatividade de Einstein, formulada em 1905, nada pode superar a velocidade da luz, exatamente a 299.792 quilômetros por segundo. Até agora, ela foi considerada um limite cósmico de velocidade.
A equipe, formada por uma colaboração de cientistas do Instituto Nacional de Investigação Nuclear e Física das Partículas, da França, e o Laboratório Nacional Gran Sasso, da Itália - disparou um feixe de neutrino e 730 quilômetros sob a terra, de Genebra (Suíça) até a Itália. A equipe descobriu que o neutrino viajou a 60 nanossegundos mais rápido que a luz. Isso significa sessenta mil milionésimos de segundo.
"Alguém poderia dizer que isso é insignificante, mas não é. É algo que podemos medir com grande precisão e uma incerteza minúscula", comentou Ereditato à Associated Press.
Se a experiência for repetida de maneira independente - com maior probabilidade por equipes dos Estados Unidos e do Japão - então obrigaria a revisão dos princípios da física moderna.
"Todos sabem qual é o limite da velocidade, o da luz. Se alguém encontra alguma partícula de matéria como o neutrino que viaja mais rapidamente, é algo que atrairá a atenção imediata de todos, inclusive a de nós", agregou Ereditato, pesquisador da Universidade de Berna, Suíça.
Alguns físicos que não participam da experiência estão céticos. Alvaro De Rujula, um físico teórico da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN, pela sigla em francês), perto de Genebra, cidade a partir de onde foi lançado o feixe de neutrinos, atribuiu a leitura a algum erro humano ainda não detectado.
Segundo ele, se esse não for o caso, poderão ser abertas as portas a possibilidades insólitas. Uma pessoa, disse De Rujula, "poderia teoricamente viajar ao passado e matar a mãe antes de nascer".
Mas Ereditato e sua equipe não se preocupam com essas conjecturas de ficção científica. "Prosseguiremos nossos estudos e aguardaremos pacientemente a confirmação", disse.
As informações são da Associated Press.[Fonte: DGABC]